Métodos de Enfrentamento Positivo.

*Este material foi extraído das Diretrizes do IASC sobre Saúde Mental e Apoio Psicossocial em Emergências Humanitárias.

Em situações de emergência, a maioria das pessoas enfrenta dificuldades psicológicas (por exemplo, fortes sentimentos de perda, tristeza, medo ou raiva). Em muitas situações, a maioria dos indivíduos afetados começa a sentir-se melhor gradualmente quando consegue lidar com a situação – ou seja, se utiliza métodos de enfrentamento positivo – e se recebe apoio de suas famílias e comunidade. Uma medida chave é ter acesso a informações apropriadas relacionadas à emergência, esforços de ajuda e direitos jurídicos e recomendações de como enfrentar essa situação de forma positiva.

O quadro a seguir oferece uma orientação concreta sobre “o que se deve fazer” e “o que não se deve fazer”, ao desenvolver informações para o público em geral sobre métodos de enfrentamento positivo:

O que se deve fazer:

*Utilizar linguagem simples e direta. Investir o tempo e energia necessários para garantir que os conceitos sejam expressados de modo que faça sentido no contexto local, e possa ser compreendido por uma criança de 12 anos. Utilizar expressões coloquiais, quando forem mais claras (por exemplo, utilize terminologia local para palavras como “enfrentamento”);

*Concentrar-se nas prioridades identificadas pelas comunidades e certificar-se de que a mensagem seja breve, direcionada e concreta;

*Destacar que é comum sentir estresse após um acontecimento desgastante, e que as pessoas afetadas por um desastre podem perceber mudanças em seus sentimentos, comportamento e pensamentos. Enfatizar que essa é uma reação comum e compreensível frente a um acontecimento anormal;

*Enfatizar métodos de enfrentamento positivo, abordagens com foco na solução e expectativas positivas de recuperação, e avisos contra as formas prejudiciais de enfrentamento (por exemplo, consumo abusivo de álcool). Visar incluir estratégias de enfrentamento individual, familiar e comunitário;

*Solicitar aos membros da comunidade local que revisem os materiais desenvolvidos. Garantir a precisão dos materiais traduzidos.

O que não se deve fazer

*Não utilizar linguagem técnica ou complicada (por exemplo, termos psicológicos ou psiquiátricos);

*Não incluir mensagens em excesso de uma só vez, pois as pessoas se confundem ou ficam sobrecarregadas;

*Não incluir grandes listas de sintomas psiquiátricos nos materiais para a população geral (ou seja, materiais utilizados fora de centros clínicos);

*Não enfatizar a vulnerabilidade psicológica em materiais para a população geral;

*Não especificar um prazo preciso para recuperação (por exemplo, “Você se sentirá melhor daqui três semanas”) e não sugerir busca ao auxílio profissional, se esse serviço não estiver disponível;

*Não traduzir literalmente os materiais escritos em um idioma que não seja comumente utilizado em forma escrita. Talvez seja melhor uma forma não escrita (por exemplo, figuras, desenhos, danças etc.) ou traduzir os materiais em um idioma escrito nacional, compreensível por, no mínimo, um membro de cada casa.